O empresário da moda Eduardo Costa é alvo de várias denúncias de assédio que pipocaram nas redes sociais. Algumas vítimas falaram ao site Marie Claire.
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À reportagem, modelos apontaram anti-profissionalismo do dono da marca Brechó Replay, situações constrangedoras e assédio sexual.
A grife integrava o calendário de desfiles Casa dos Criadores, semana de moda alternativa realizada na capital paulista. Muitas marcas começam ali e depois são convidadas para a São Paulo Fashion Week.
Uma das vítimas, um bailarino de 20 anos, contou que tinha 15 anos quando fez seu primeiro ensaio para a grife.
"Usava roupas apertadas, marcando as partes íntimas em fotos sexualizadas dirigidas por ele. Eu não tinha noção do que estava acontecendo, mas ele terminava os ensaios passando a mão na minha bunda e no meu pênis. Acabamos ficando próximos por dois anos. Até que em uma festa, me enquadrou usando apenas cueca. Falei que não queria e fui embora. Não nos falamos mais."
Um modelo de 30 anos revela que conheceu Costa quando estava com 25 anos. O empresário o chamou para uma sessão de fotos, por meio do Instagram.
"Não rolava cachê, só permuta, o que eu não fui pegar. No ensaio, que era de cueca, o Eduardo já nos olhava de forma objetivada. Ele olhava os volumes nas cuecas e disse que precisava arrumar: colocou a mão dentro da minha cueca, chacoalhou meu pinto como queria que ficasse. Depois, dava um jeito de encostar o corpo dele no nosso, como se estivesse esbarrando. Ainda trabalhamos juntos mais duas vezes e sempre foi abusivo e anti-profissional. Não culpo a indústria, o único culpado é o Eduardo Costa", disse.
Outra vítima, um empresário de 23 anos, relatou que conheceu Costa quando estava com 18 anos. O homem o recebeu só de cueca em seu apartamento "e sempre dava um jeito de encostar e passar a mão na gente, nos constrangendo". Ele conta que percebia que Costa se aproveitava dos rapazes mais vulneráveis.
A Casa de Criadores esclareceu que a Brechó Replay não integra seu calendário desde 2018 e afirmou que nunca soube do suposto comportamento abusivo do empresário com os modelos.
"Até então, nunca havia nos chegado qualquer informação parecida com os depoimentos que vieram a público via Twitter e Instagram nos últimos dias. Se isso tivesse acontecido, teríamos imediatamente retirado a marca do line-up do evento", afirmaram os organizadores pelo Twitter.
A marca já vestiu nomes como MC Soffia e Linn da Quebrada. Nas redes sociais, MC Soffia disse que toda esta situação é triste e que sua relação com o empresário sempre foi apenas profissional.
Procurado pela reportagem, Eduardo Costa afirmou que procuraria seu advogado para um posicionamento, o que não foi feito até então.
Ele deletou suas redes sociais pessoais e da marca.