Em editorial, nesta segunda-feira 27, o jornal Folha de S.Paulo defendeu o fim da proibição a gays e homens bissexuais de doar sangue.
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O caso está na Justiça. Nesta sexta-feira 1º está previsto que o Supremo Tribunal Federal (STF) retome o julgamento.
Desde 2002, gays e bissexuais só podem doar sangue em qualquer hemocentro brasileiro se disserem que não fazem sexo com homem há pelo menos 12 meses.
A publicação lembra as bolsas de sangue passam, desde 2013, pelo teste NAT, que é capaz e detectar presença de vírus com eficácia.
"Ao centrar a atenção sobre um grupo, e nao em fatores de risco, o veto à doação por homens gays se tornou obsoleto por não averiguar de fato segurança do sangue - na prática, só impõe discriminação", diz a Folha.
A publicação lembra que países que seguem normas semelhantes ao Brasil, como Estados Unidos e França, flexibilizaram o procedimento em tempos de escassez de sangue nos bancos por causa da quarentena pela covid-19. Argentina derrubou a regra discriminatória em 2015. Portugal e Espanha jamais a adotaram.
O debate não será fácil, aponta o jornal. Segundo dados do governo de São Paulo, por exemplo, 70,3% dos portadores do vírus no Estado na faixa entre 15 e 29 são homossexuais.
De qualquer forma, afirma o texto: "Não se justifica o veto a um contingente inteiro quando há condições de avaliar casos individuais e zelar pela segurança a partir de testes e questionários."