Com histórico de votos como vereador e deputado estadual contra LGBT, o tucano Mateus Wesp mantém-se firme como secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul.
Responsável pela nomeação, o governador Eduardo Leite (PSDB), que é gay, não atendeu às críticas nas redes sociais, de oposicionistas e de entidades arco-íris contra Wesp, que já criticou a criminalização da homofobia.
Uma das vozes mais fortes nessa onda é da deputada estadual gaúcha Luciana Genro (Psol).
"Como vereador em Passo Fundo, Mateus Wesp retirou a palavra 'gênero' do Plano Municipal de Educação. Em seu discurso, tratou pessoas trans como 'outras identidades inventadas socialmente', denunciou a parlamentar.
Luciana também lembrou que, como integrante do Poder Legislativo estadual, Mateus votou contra relatório de comissão pró-LGBTque ela presidiu em 2019.
O documento, que foi aprovado na votação geral, recomendava a criação de serviços tais como casas de apoio pessoas do segmento que forem vítimas de violência.
Ao apontar os fatos e fazer as críticas, a psolista falou da orientação sexual do governador.
"A nomeação de Mateus Wesp confirma que ser gay não faz de Eduardo Leite um defensor da causa LGBT."
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) enviou carta ao governador com pedido para que a nomeação seja revertida.
Em entrevista ao site G1, o secretário afirmou que tratará o tema da diversidade e da inclusão como prioridade.
O governo gaúcho manifestou-se em nota com defesa da escolha.
"Mateus Wesp é um democrata, com sólida formação jurídica e domínio dos compromissos institucionais dos cargos que ocupa. Embora possa ter divergências em temas específicos, se mostra aberto ao diálogo e sempre agiu em respeito à dignidade humana."