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Dono da Riachuelo, Flávio Rocha elogia Bolsonaro e gays ao mesmo tempo

Para o empresário, o maior defeito do presidenciável é sua posição sobre a economia

Publicado em 21/02/2018
Flavio Rocha, dono da Riachuelo, fala de gays e Bolsonaro
Fundador do movimento Brasil 200, empresário comentou sobre boicote que a loja tem sofrido

Empresário mais falado do Brasil este ano - ao menos dentre a comunidade LGBT - Flávio Rocha, dono da Riachuelo, falou sobre o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro e também sobre homo e transexuais.

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"Deus não foi justo ao distribuir o talento criativo e o senso estético. Deu aos gays uma maior dose de talento estético do que aos simples mortais", disse o empresário à revista Exame.

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A afirmação foi dada quando a reportagem abordou o boicote que membros da comunidade têm feito ao postarem fotos quebrando cartões da loja. O motivo foi uma nota que afirma que Rocha é a favor da união das igrejas católica e evangélica nas próximas eleições a fim de elegerem mais deputados conservadores para o Congresso.

Rocha afirma que não é homofóbico. "Uma empresa de moda não tem como ser isso. Por curiosidade, descobrimos, junto ao RH da Riachuelo, que nós somos o maior empregador de transsexuais do Brasil. Há 500 transsexuais trabalhando na empresa", contou. 

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Na semana passada, funcionários gays e lésbicas da cadeia de lojas postaram vídeos em sua defesa. A respeito desse assunto, o empresário cita uma transexual em especial tratando-a com o pronome masculino. 

"Recentemente, recebi um vídeo de um funcionário nosso, a Michele, um transexual, expulso de casa quando descobriram a sexualidade dele. Foi parar na rua e foi contratado pela Riachuelo dentro do programa Trabalho Novo, da Prefeitura de São Paulo. Quando ele viu a gente ser acusado de homofobia, ficou indignado. Gravou o vídeo e vai por na internet. Isso está acontecendo em várias lojas, de quem sabe que isso é mentira."

O tema da entrevista, no entanto, é o movimento Brasil 200, fundado por ele, que reúne diversos empresários. O intuito do movimento é propor uma agenda econômica liberal para o País nas próximas eleições e com um perfil conservador nos costumes.

Rocha afirma que ser conservador não é ser moralista e que qualquer gay ou lésbica não concorda em destruir os alicerces da sociedade. Ele cita o combate à "erotização precoce" e à "apologia ao incesto" como parte da definição de conservador.

A respeito de Bolsonaro, o empresário diz: "Dissemos ao Bolsonaro que ele só não é um candidato dos nossos sonhos porque não é um liberal [na economia]". Rocha fala que o presidenciável merece o crédito de ser o único "que está tocando em temas tabus", como desarmamento e redução da maioridade penal, e de ter se "libertado da lavagem cerebral do politicamente correto".

Rocha refuta, inúmeras vezes na entrevista, a ideia do Brasil 200 apoiar algum candidato nas próximas eleições. Questionado se ajudaria Bolsonaro num cenário de vitória nas urnas, no entanto, o empresário responde que sim desde que houve mudança dele em algumas crenças e cita novamente a questão da economia - para Bolsonaro, estatizante; para ele, privatista.


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