Ginna D'Mascar celebra aniversário e conta segredos aqui

Drag caricata reconhecida em Salvador surgiu para aglutinar clientes e tem orgulho de conseguir falar de tudo em meio a risos

Publicado em 25/10/2017
Ginna D'Mascar: famosa caricata de Salvador faz aniversário
A "diva trash da Bahia" comemora aniversário nesta quinta no Âncora do Marujo

Várias gargalhadas bem altas e largas em algum lugar gay de Salvador? As chances de estar no centro delas a personagem Ginna D'Mascaré gigantesca, afinal essa personagem do ator Aldo Zeck é, sem dúvidas, a transformista mais irreverente da capital. 

Curta o Guia Gay Salvador no Facebook

Nesta quinta-feira 26, o criador da personagem faz aniversário com festa no Âncora do Marujo e o Guia Gay Salvador conversou com o artista para lembrar sua trajetória.

Em 2004, Aldo trabalhava no extinto bar Camarim, e o proprietário queria aumentar o movimento no meio da semana. "Depois de procurar muita coisa e ver muito entretenimento, percebi que não adiantava convidar os artistas para fazerem no bar o mesmo show que já faziam nos outros lugares", conta.

Foi então que ele mesmo resolveu se montar com o pensamento exclusivo de ser uma atração para o bar. Após alguns meses de preparação, a estreia veio em abril de 2005. "E foi sucesso durante anos. O povo saía de casa às quartas-feiras e ia até o Beco dos Artistas para ver o show. Centenas de pessoas!"

E de onde veio o nome da personagem? Surgiu em uma mesa de bar em Arembepe, quando Aldo contava aos amigos que subiria ao palco. Ele diz que assim que lhe perguntaram qual seria o nome, viu uma caixa de palitos Gina. "E aí já nasceu com esse nome." Já a origem do sobrenome, bom, é o deboche! "Depois que você usa o palito, sabe, sobra aquela carne na boca, você olha, olha... e volta com ela e mastiga!"

Para Aldo não foi difícil "parir" Ginna, pois, como já havia feito bastante teatro - nos palcos e nas ruas - em sua cidade natal, Maceió, ele tinha experiência em dar vida a diversas personalidades. 

A inspiração também não veio de nenhuma drag. Ele conta que tanto na capital alagoana quanto na baiana não conhecia nenhuma caricata. Hoje, alguns o comparam visualmente com Laura de Vison e Isabelita dos Patins, que fizeram fama no Sudeste, mas à época, Aldo não as conhecia. 

"As primeiras matérias que saíram sempre chamavam a personagem como a 'diva trash da Bahia', por causa da perspicácia. É tudo muito dinâmico e em cima do improviso. No estilo dela, ela consegue falar de política, religião, sociedade, tudo ela trata", conta.

Os figurinos, revela, são doações. "As outras drags não querem e eu vou reformando, refazendo e adaptando para o estilo de Ginna. Eu só compro meia-calça e segunda pele. Nunca comprei peruca, nunca comprei salto, nunca comprei roupa." E a criatividade impera! "Do mesmo vestido, a Ginna faz três ou quatro roupas diferentes. Ou seja, consegue usar bastante a mesma roupa sem ninguém perceber."

Se o bolo de aníversário vai ter saber de reconhecimento? "Não tenho pretensão de estourar com Ginna. Faço porque eu me divirto, se fosse por obrigação eu já teria parado há muito tempo. Quando vou fazer show e a casa está lotada, isso pra mim já é gratificante, é o reconhecimento do trabalho. Financeiramente, nada. Ninguém ganha dinheiro aqui fazendo show. A gente vai fazendo porque gosta."


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.