Prefeito usa Bíblia para proibir festival LGBT

Evento contaria com oficinal e sessão de filmes nesta quarta e quinta em Rio do Sul (SC)

Publicado em 28/03/2024
José Thomé: prefeito cancela evento gay em Rio do Sul
José Thomé (PSD) vetou ações do festival LGBT Transforma

O prefeito de Rio do Sul (SC), José Thomé (PSD), vetou um evento LGBT na cidade usando princípios da Bíblia como uma de suas justificativas.

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“É uma questão de respeito aos princípios cristãos, daquilo que está escrito na Bíblia, e dos princípios da família, como pai de dois filhos, menores de idade, que poderiam, inclusive, participar dessa apresentação, porque a classificação livre, veja bem, tratando de questões de homossexualidade, portas abertas, eu não posso permitir isso", alegou o mandatário, em vídeo, divulgado nas redes sociais, na quarta-feira 27.

O evento vetado é o Transforma - Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina, produzido pela produtora Bapho Cultural. Já tradicional no Estado, o festival acontece em Florianópolis e depois percorre várias cidades catarinenses.

Em Rio do Sul, seriam realizados uma oficina de produção cultural LGBT, na quarta, e uma sessão com filmes premiados do festival, na quinta.

Após ser alvo de críticas e xingamentos nas redes sociais, Thomé divulgou novo vídeo, desta vez ao lado da esposa, dizendo que jamais cometeria o crime de homofobia e lembrando que calúnia também é crime.

No vídeo, o prefeito sugere que gays, lésbicas e transexuais "optam" por esse estilo de vida - "por uma questão psicológica, fisiológica, hormonal".

"Agora, enquanto gestor público e percebendo que querem utilizar um espaço público para promover algo que incentiva a pauta LGBTQIA+ é algo que eu repudio mais uma vez. Na estutura pública nao tem espaço pra isso", reiterou.

Em ambos os vídeos, Thomé fala sobre ser cristão, mas sua crença nada tem (ou deveria ter) com sua gestão para todos os habitantes do município, já que o Estado é laico.

 

 

Em suas redes, a produtora Bapho Cultural considerou as falas do prefeito como "discurso de ódio".

"A censura que cada vez mais assola o Estado de Santa Catarina e a arte e a cultura brasileiras a partir de um discurso de ódio é legitimida dia após dia pelo Estado, como vimos recentemente em Santa Catarina, nao só pelo prefeitinho de Rio do Sul, como pelo atual presidente da Fundação Catarinense de Cultura", destacou. 

 

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