A 15ª Parada Gay da Bahia mudou o tema e o nome. Em vez de "Cyber cidadania", anunciado em setembro passado, a marcha sairá às ruas com o enunciado "Viver sem violência é um direito das mulheres transexuais e de todo o gênero feminino". A data continua a mesma da divulgada previamente: 11 de setembro.
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Por este mesmo motivo, de dar voz aos transgêneros, a entidade decidiu, após uma década e meia, mudar o nome do evento. "Antes Parada Gay, agora Parada do Orgulho LGBT. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre a diversidade e que em uma sociedade todos devem usar do respeito uns para com os outros", explicam. Salvador era a única capital do Brasil que chamava ainda a parada como evento unicamente gay.
A mudança do tema ocorreu, segundo o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, que organiza o evento, por causa de recentes episódios de violência contra mulheres transexuais na capital baiana.
Cerqueira cita o caso da cabeleireira Bruna Menezes, de 25 anos, vítima de agressão transfóbica, em 13 de março. Bruna foi atacada, no bairro Pernambués, quando ia a uma pizzaria com a mãe e o companheiro. Armados, os criminosos diziam: "Bate pra matar, bate pra matar", enquanto tentavam acertar a cabeça da moça. Ela levou golpes nos braços e pernas e o companheiro levou um tiro na virilha e permanece internado.
"O GGB parte do ponto de vista que mulher é uma condição social e isso não depende, excepcionalmente, do sexo biológico", explica Cerqueira. "A nossa proposta como tema central é jogar luzes sobre essas feminilidades existentes, incentivando-as para serem as senhoras de seus próprios destinos."
"Mulheres transexuais e travestis, ainda sofrem do preconceito com base no gênero, o que chamamos de transfobia. Mulheres transexuais e travestis são confundidas com gays, homossexuais etc. Entretanto, não são, em tese, mas pode ser que algumas dessas pessoas tenham orientações heterossexual, bissexual ou homossexual. Mulheres trans não geram filhos, mas muitas mulheres cisgênero também não, entretanto ambas podem e devem exercer a maternidade por outros meios."