Enquanto a percussão do carnaval como um todo em Salvador pode não bater tão forte em 2018 como nos outros anos, o público gay só tem a comemorar: o circuito da Barra este ano deve ser o mais arco-íris de todos os tempos.
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Por um lado, blocos não segmentados cancelam participação na folia soteropolitana, por outro, a San Folia, central do grupo San Sebastian que comercializa ingressos para cordões gays, já vendeu 75% dos cerca de 12 mil abadás disponíveis para quatro blocos, segundo o jornal A Tarde.
A expectativa é que antes do início da folia todos os abadás - que custam de R$ 250 a R$ 500 - estejam vendidos. Os blocos são: Blow Out e Largadinho, ambos comandados por Claudia Leitte; O Vale, com Alinne Rosa; e Crocodilo (por dois dias) com Daniela Mercury.
Cerca de 80% dos compradores são turistas, afirmou José Augusto Vasconcelos, um dos sócios do Grupo San Sebastian, à reportagem. "Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília" são líderes na ordem de venda", revelou.
"Nosso público, há até poucos anos, não tinha a liberdade que tem hoje. Atualmente, esse folião pode curtir como todos sempre curtiram", acredita Vasconcelos, que prevê um crescimento do público gay no carnaval da cidade nos próximos anos.
Outro reforço para uma folia ainda mais arco-íris na Barra pode vir da terceira edição do Beco das Cores. Aí, a prefeitura assume a Rua Dias D'Ávila com programação dedicada ao público gay, tais como DJs e shows. Em 2016 e 2017, a iniciativa foi marcante e elevou a diversão. No mais, o Estado da Bahia fez campanha contra a discriminação na folia.
Já o carnaval, em geral, na capital baiana, claramente tem menos investimentos este ano. Levantamento feito pelo A Tarde identificou que a quinta-feira 8 (início oficial da folia) e a terça-feira 13 quase não terão blocos pagos no circuito Barra-Ondina.
Assim como em 2017, a maioria dos desfiles na região deve ser de trios sem corda. O primeiro dia do carnaval não terá Coco Bambu, Harém e Yes. A terça-feira perdeu o Me Abraça e o Meu e Seu, que não sairão neste dia, e o Fecundança/Pirraça, que este ano não sairá às ruas.